"Sexo verbal não faz meu estilo, palavras são erros e os erros são seus... Não quero lembrar que eu erro também."
Renato Russo
"As palavras surgiram num sonho e eu as escrevi quando acordei, sem saber ao certo o que significavam ou a quem se aplicavam"
Neil Gaiman

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nausea


Estou cansada de tanto cinismo! Dessas pessoas que camuflam, atrás de sua máscara de alma benevolente, uma postura inflexível, falsa e crítica. Sinto-me extasiada com aqueles que querem “modernizar” as relações, alegando que “hoje em dia é cada um por si”, com aqueles que fazem dos outros “experimentos”, com aqueles que se engolfam em relacionamentos de anos, sem ao menos “pensar sobre o que sentem”.
Sinto náusea quando as traições ficam banais, as mentiras são vistas como parte do cotidiano. A hipocrisia estampa a cara dos colegas de trabalho. E lealdade, o carinho, a consideração, os relacionamentos duradouros são “imposições da sociedade”. Então qual o caminho da humanidade? Egoísmo? Sexo explícito?Indiferença?
Sinto medo, então do mundo “evoluído”. Onde não se existirão vínculos, apenas orgias e jogos de relacionamentos.
Estou fadigada mesmo! Com tamanha falsidade de quem levanta testemunhos acusatórios e depois cumprimenta com abraço e cerveja no final de semana. Nojenta essa auto-falsidade.
Cansada dos políticos de sempre e de quem vota nos políticos de sempre.
Cansada das promessas de sempre.
Cansada das futilidades, dos estereótipos de beleza, da exigência de ter que estar sempre bem. Cansada de ser trocada por um corpo, de ser escolhida por um corpo. E cansada de todos que ficam presos nisso.
Falta de paciência com os que se incomodam com a felicidade alheia, com os que culpam os outros pelo que “não deu certo”. Que colocam frases de “passado é passado”, “esqueça seu passado” ou sei lá mais qual frase ridícula e imatura sobre o que não deu certo hoje. Mas fazem questão de NÂO colocar o que foi bom, e que não merece ser esquecido. Em uma relação, as RESPONSABILIDADES são MÚTUAS e divididas. Pessoas que não querem se responsabilizar pelo dano que provocam, mas se regozijam quando algo positivo acontece, atribuindo as causas a si mesmas.
Seres humanos que berram “Sou eu em primeiro lugar”, mas na verdade não existe primeiro lugar, esses mesmos SERES HUMANOS são o ÚNICO lugar. Não existe mais ninguém nesse convívio. Chega desses namoros onde cada um namora sozinho, e “foda-se” o que o outro sente “EU NAMORO SOZINHO, O QUE IMPORTA É O QUE EU QUERO”. Onde está o vínculo?
Com os que ficam inertes frente a uma injustiça, frente ao sofrimento de um amigo. Com aqueles que só enxergam injustiça quando lhes é conveniente. Com os oportunistas. Com os que são amigos por oportunismo, com os que amam oportunamente.
Cansada de ouvir todo mundo falar em amor. Mas nunca vejo ninguém amar ninguém. Casada de  poetizarem sobre amor disfarçado de indiferença. De definições sobre o que ele é. Mas desconsideram o respeito, talvez o mais simples, e pintam amor como se ele fosse paixão avassaladora.
Não quero mais essas relações em que as palavras se tornaram armas banais. Onde carinhos são ditos para não se acreditar neles. Essas relações proibidas de sonhar. Onde planos para o futuro tem que incluir somente uma pessoa. Essas relações egoístas onde ninguém se importa com ninguém. Essas relações onde se exigem compreensão e se tem em troca críticas e indiferença.

P.S.: danem-se os erros de português!

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