"Sexo verbal não faz meu estilo, palavras são erros e os erros são seus... Não quero lembrar que eu erro também."
Renato Russo
"As palavras surgiram num sonho e eu as escrevi quando acordei, sem saber ao certo o que significavam ou a quem se aplicavam"
Neil Gaiman

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Eita, Mundinho sem Lei!



O mundo não tem lei mesmo. Você faz e desfaz as páginas da sua história sem se preocupar com os personagens que criou. Personagens? É... e acho que eles ganharam vida depois que você escreveu algumas linhas românticas. Andei assumindo a posição de mocinha do seu livro. Mas você se enjoou da história e arrancou as páginas.
Simplesmente resolveu escrever mais um livro e não se preocupou com o desfecho do outro. Talvez a mocinha estivesse esperando um final feliz, ou algumas páginas a mais: três parágrafos são poucos para uma história concreta. Talvez até uma morte era mais aceitável. Mas você parou a história no meio, amassou o papel e desenhou outra mocinha.
É...  E mundo não tem lei mesmo. Você continua suas linhas, descrevendo suas amantes com o mesmo sorriso que o meu. Pergunto se algum leitor desavisado o alertou que o corte de cabelo delas também eram recortes de outra personagem.
Só ainda não entendi a sua mania de me amassar para poder desenhar outra parecida. Porque igual é impossível. Nem Da Vinci conseguiria reproduzir fielmente sua Monalisa. Quem dirá você, que não finaliza suas histórias nem sabe se desenhar no próprio papel.
Já reparei que sua biografia é um tanto turva e você não sabe muito bem o que escrever. Você desenha seus amores com traços finos e perfeitos, mas inventa alguns defeitos só para ter a sensação de amassar alguma coisa que não é boa o bastante para permanecer na história. Quando vai se desenhar, não sabe se definir, nem por fora, nem por dentro. Então você inventa um príncipe em um cavalo branco, cheio de amor pra dar. Mas, no final das contas, o cara perfeito que você finge ser, é na verdade a capa do romance. O mocinho mesmo, está em alguma outra história, que não é a sua. Você é só um cara que caiu de gaiato e não sabe onde está.
Eita mundinho sem regras, sem consequências. Pobre de nós que tentamos escrever ao menos um Gibi, sem saber que costumam jogar fora quando aparece uma nova edição.
E nesta de ficar escrevendo, desenhando e amassando, você nem percebeu que a sua personagem no lixo roubou seu lápis.
Acho que a mocinha virou vilã, depois que ela mesma conseguiu sair do papel amassado e descobriu que ficou com marcas. A mocinha, nem tão boazinha mais, nem tão sonhadora mais, abdicou do sorriso que era seu e o deixou para as outras amantes. Agora ela vai rir e muito depois que o seu estoque de papel acabar e você não tiver mais nenhuma história pra reciclar.

Meu amor emburrecido


Eu tive que reiniciar todo aquele processo: excluir você dos meus sites de relacionamentos. Apagar seu nome da minha agenda do celular e as mensagens que me mandou.
Há algum tempo venho tentando sumir com o CD que você me deu e aquela maldita dedicatória do livro. Mas tem sido difícil.
Difícil porque você se desfaz de mim e de nossas lembranças de uma forma muito fácil. Você chama alguém de “amor” de um jeito tão simples, que eu já estou começando a pensar que eu sou a errada nessa história toda.
Não sou hipócrita: queria que você pagasse por tudo que me fez. Pagasse com juros cada sorriso meu que se apagou no tempo. Queria realmente que você se arrependesse e que viesse me pedir desculpas de joelhos. Só pra eu dizer que não te perdoo. Mesmo que por dentro eu tenha uma vontade gigante de te abraçar e te trazer de volta pra minha vida.
Mas o mundo não tem lei. Vou assumir: te ver feliz assim, sem mim, dói. Porque eu queria estar ai. Porque eu queria que você também sentisse minha falta.
Ensina-me? Ensina-me a amar os outros com prazo de validade e com condições meteorológicas? Ensina-me a habilitar e a desabilitar as pessoas quando me der na telha? Dê-me uma lista de verbos de carinho que eu possa sair por ai recitando pra qualquer um e não ter que me responsabilizar por isso. Ensina-me a ser assim? Igualzinha a você? Diga-me onde foi que você trocou seu coração por um pedaço de rocha? Eu vou lá: dou o meu e ainda pago o que for preciso pra eu ter uma pedrinha aqui no peito também.
Porque no fim das contas eu estou cansada sabia? Cansada de te cortar das fotos, mas ficar caçando um pedaço do seu braço nelas. Cansada de salvar nossas conversas nos meus back ups e excluí-las do meu computador, tentando me enganar de que eu te anulei de tudo. Cansada de deitar no travesseiro e imaginar seu abraço ali. E me dar conta, 5 segundos depois, que é só um delírio.
Você nem me perguntou nada, mas estou desabafando em silêncio pra você! Mesmo que você nunca saiba disso. E eu sei que nunca vai saber, embora o meu coração-não-de-pedra, no fundo queria que você lesse. Mas eu sei também que você não ia sentir porra nenhuma, não ia se importar. Acho que até ia rir e contar pra sua nova namorada: minha ex me mandou isso (sinta ciúmes e veja como eu sou amado! Massageie meu ego).
Acho que eu te amo. Emburrecidamente. Tenho a impressão de que eu sou uma aberração que nasceu com dois corações: um no peito e outro na cabeça.
Cara, a gente era amigo. Na verdade acho que amo nossas lembranças, sabe? Eu não amo você mais: amo as memórias que eu tenho de você! Do meu amigo, de olhar sincero e cretino. Que eu fazia rir: era tão suave te ver rindo. Só que acho que você nunca se importou com o meu sorriso.
É tão estranho. Você ai, tão longe... Amando, amando... Queria saber o que se passa ai nessa sua cabeça cheia de pelos. Queria saber em que momentos eu perpasso por ela (ou perpassei) e o que era afinal.
Meus dedos já reclamam desse enxame de textos que eu escrevo pra você, ou de você. Mas agora, é onde posso desabafar. Eu estou tão confusa, que nem sei o que eu quero da vida, não entendo sequer a porra que eu to sentindo. A única coisa que eu sei é que eu realmente não queria ter te conhecido. Ou queria que você fosse diferente. Tem dias que eu até me engano tentando justificar “psicologicamente” seu comportamento. Mas eu esto cansada de saber quem você é. Mas ainda sim, continuo esperando algo de melhor de você. Incansavelmente. Ainda acredito que exista algo bom ai dentro. Que exista eu ai dentro. Sei lá. Ou talvez seja só o meu amor emburrecido.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

É engraçado os dias de hoje. Vejo milhões de pessoas felizes que amam ao próximo e encaram as decepções de forma madura. Todo mundo é muito bem resolvido. Mas, na verdade, grande parte das pessoas sai de casa cheias de anéis e pulseiras pra poder enfeitar o vazio. Geralmente quem assume que, de fato, hoje em dia, amar alguém as vezes demanda tanto que chega a desesperançar é taxado de louco, primitivo, pessimista ou sei lá mais o que. Na verdade existe uma diferença entre ser feliz e ser alienado. Cada um tem uma opção, cada um tem uma história e cada um escolhe o que quer ser com base no que viveu. Eu não acredito que exista uma fórmula da felicidade: só é feliz quem tem namorado, quem casa, quem tem uma família e muitos amigos. Na verdade, ser feliz para mim é analisar as coisas que não me fizeram bem, e tirá-las fora, mesmo que demande abrir mão do que os alienados chamam de “vc não vai ser feliz sem amar”. Vou sim. Estou sendo. Eu amo quem precisa ser amado. Amo minha família e os poucos amigos que tenho. Isso me basta. Não me sinto feliz arriscando o que é importante pra mim só porquê dizem isso em poemas. Eu tenho muito o que perder. E quer saber!?Eu me sinto muito melhor assim.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

" E na esquina se mata a beber, pra esquecer"

É...
Eu já tentei usar a bebida pra ver se eu te afogava nela...
Mas eu a derramei inteira nos meus travesseiros...
Eu já tentei vender as poucas lembranças que você me deu...
Mas eu pago mais caro pra comprá-las de volta...
Já tentei te esconder atrás do meu sorriso falso
Mas você aparece dentro dos meus olhos...
Já tentei te silenciar ouvindo musicas altas...
Mas a sua voz sussurra aqui dentro...
Já tentei de cortar nas cordas do meu violão...
Mas você insiste em aparecer nas notas que eu toco...
Não adianta...
E eu me pergunto: até quando vai esse sentimento idiota, desleal e sem cabimento?
Até quando as bebidas, o dinheiro, as simulações e esse som ensurdecedor vão me me fazer companhia pra ver se você some dentro deles?
Pra ver se vc dissolve.
Pre ver se vc é trocado em uma venda qualquer.
Pra ver se vc se quebra todo com o som do meu barulho?
Em?
Você não sabe, nem saberá nunca a cor dos meus olhos hoje...
Diga-me qual o remédio!
Tenho medo.
Medo de que você tenha se tornado tanto parte de mim...
Que eu tenha que me matar...
Pra ver se me livro de você...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Estou aqui lendo uns textos a respeito de amores e todas essas coisas. Tentei escrever algo que definisse metodicamente o que eu sinto. Mas eu me percebo um tanto bagunçada. Minhas idéias estão espalhadas. Na verdade, eu nem tive idéias. Descobri que eu não queria escrever. Fiquei buscando ler alguma coisa que conseguisse amenizar meu coração cheio de esfolas. Li várias. Várias e várias linhas poéticas. Todas estavam contidas em cada uma das lágrimas que eu não choro mais.  Queria que as minhas companheiras íntimas do papel me dissessem alguma coisa que me fizesse alegrar. Aquela alegria característica que eu tinha quando andava a pé com minhas amigas tomando sorvete. Ou quando sentávamos no banco da pracinha e ríamos como crianças. Aquele riso de dentro. Mas eu continuei lendo, e nada daquele ventinho quente e tranquilizador. Continuei sentada, de frente ao meu computador, sentindo a mesma coisa. Sentindo esse bicho que adormece de quando em quando, mas acorda com uma fome voraz quando ouço a voz de alguém nos meus ouvidos. Devo admitir que tenho sido muito fraca e tenho tido pensamentos retrógrados. Devo admitir que tenho me afundando num balde de lembranças sujas. Que continuo buscando alguma coisa que não sei o que é, quando espio fotos e vidas. Eu devo admitir que comecei a ter preguiça de tentar ser melhor, porque descobri que não faz muita diferença quem eu sou. Devo admitir que tenho tentado enfiar namorados pela minha goela abaixo pra provar pra mim mesma que está tudo bem, que eu sou forte e muto bem resolvida. Que sou feliz a moda que o mundo exige. Devo admitir que tenho bebido de mais pra poder dormir sem ter que pensar.  Que tenho agarrado meu travesseiro e berrado igual criança. Que tenho pedido aos céus pra eu poder sumir de vez desse mundo.  Implorado que eu tenha uma amnésia pra poder esquecer certas coisas. Devo admitir que tenho gritado aos quatro cantos que sou mais feliz sozinha. Mentira. Das mais descabidas. O que eu tenho é medo. Um medo terrível e infantil de ter que observar alguém que eu amo ir embora, porque tudo o que sou, o melhor que posso tentar ser, o mais bonito que  quero dar, no fundo, pode não servir de nada.

sábado, 18 de agosto de 2012

De repente você esqueceu a janela do seu quarto aberta,
Ninguém vai fechar.
O vento sacode as cortinas.
As folhas vão se acumulando no corredor.
Você continua sorrindo na foto no aparador.
Seus sites de relacionamentos estão todos ativos.
As páginas de promoção continuam lhe enviando e-mails.
Para quem não sabe, você está ali. Fazendo um misto quente ou dormindo no sofá.
Eles nem pensam se você esta realmente bem ali. Rindo de um programa de humor.
Seu violão está recostado na parede.
Sua casa não faz barulhos.
Suas plantas secaram.
Ainda ficaram algumas roupas sujas no cesto.
Outras no varal.
Mas, para alguns, você ainda está ali.
Você não manda mais mensagens.
Acabou a bateria do seu celular.
Ninguém vai religar.
Você deixou algumas louças para lavar.
E esqueceu o frasco do perfume aberto.
E a toalha molhada em cima da cama desarrumada.
Você não retornou a ligação do banco.
E não viu o final da temporada do seu seriado favorito.
Você não pagou o IPVA do seu carro, nem a conta de água.
Ficaram algumas sobras do almoço dentro da sua geladeira.
Mas a sua foto com a praia de fundo e uma flor no cabelo está ali.
Sorrindo.
Com seu rosto congelado para sempre no tempo.
E você...
Bom...
Você não esta mais ali...

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Percebi que eu nunca mereci essas declarações de amor que você costuma postar para suas namoradas. Nunca mereci uma insanidade sua, nem um gesto tresloucado. Você sempre me deu o silêncio. O Vazio. O desdém. O escondido. O segredo. Continuo nessa mania louca de tentar entender o porquê de você sempre me negar isso. Dia após dia, infernizo meu coração com suposições que justifiquem o seu desprezo. Nenhuma delas, afinal, é verídica. Nego constantemente assumir que eu jamais serei para você algo melhor do que o que você imagina que sou. Arde. É um inferno o que tenho feito comigo. Não importa quantas vezes eu, relutante, tente voltar meus passos e recomeçar onde paramos, ou o que nem ao menos conseguimos terminar. É inútil. Posso voltar 75 vezes para sua vida, que você vai continuar me amando do mesmo jeito que me amou da primeira vez: não amou. Nunca permitiu que seu coração feito de lâminas me amasse. Nunca deu a chance, em todos esses anos, por todas essas vezes, de sentir suavemente o que de melhor eu tinha para te oferecer. Você nunca se importou em ter o que eu sentia. Simplesmente não tem valor nenhum pra você, tudo o que eu te dei. Você não tem culpa por isso. A responsabilidade é minha por querer dar algo para alguém que não se interessava em receber. É muito estranho o que tenho sentido depois disso tudo. Enlouquecidamente estranho. Eu fiquei estranha. Eu não me reconheço mais. Onde foi, em que momento dessa história ridícula, eu me esqueci?

terça-feira, 3 de julho de 2012

O parasita do sistema assistencialista

Atualmente, é muito comum ouvirmos a respeito da defasagem da educação, de crianças e adolescentes que já passaram da fase de alfabetização e, ainda assim, cometem erros ortográficos gigantescos. Grande parte disso é aplicado a internet – o grande mal da ortografia.
Outro problema comum o qual o Brasil tem se deparado é a desqualificação da mão de obra. Desemprego. Fome.
O governo Federal lançou o Programa Bolsa Família em outubro de 2003. Uma ação um tanto suicida, não para o governo, mas para o crescimento social e intelectual do Brasil.
Segundo o site do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) os valores dos benefícios pagos pelo Bolsa Família variam de R$ 32 a R$ 306, de acordo com a renda mensal da família por pessoa, com o número de crianças e adolescentes de até 17 anos e número de gestantes e nutrizes componentes da família. Com o Brasil Carinhoso, projeto instituído pelo Governo Dilma Rousseff, esse valor pode chegar a uma quantia de 472,00. Segundo o site O globo, em 2011 o PBF teve um aumento no seu orçamento anual em mais de R$ 728 milhões.  Para 2012 foi previsto um gasto de R$ 19,3 bilhões.
Ainda segundo o site do MDS
“O Programa tem quatro tipos de benefícios: o básico, o variável, o variável vinculado ao adolescente e o variável de caráter extraordinário.
O Benefício Básico, de R$ 70, é pago às famílias consideradas extremamente pobres, com renda mensal de até R$ 70 por pessoa, mesmo que elas não tenham crianças, adolescentes ou jovens.
O Benefício Variável, de R$ 32, é pago às famílias pobres, com renda mensal de até R$ 140 por pessoa, desde que tenham crianças e adolescentes de até 15 anos, gestantes e/ou nutrizes. Cada família pode receber até cinco benefícios variáveis, ou seja, até R$ 160.
O Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ), de R$ 38, é pago a todas as famílias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos frequentando a escola. Cada família pode receber até dois benefícios variáveis vinculados ao adolescente, ou seja, até R$ 76.
O Benefício Variável de Caráter Extraordinário (BVCE) é pago às famílias nos casos em que a migração dos Programas Auxílio-Gás, Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Cartão Alimentação para o Bolsa Família cause perdas financeiras. O valor do benefício varia de caso a caso.”
Infelizmente, a população brasileira, em sua maioria, acredita que é uma ação válida para diminuir os índices de miséria e elevar o Brasil a uma posição mais “bem vista” com relação aos outros países.
Entretanto, se pararmos para pensar na repercussão disso para daqui uns anos, não é difícil imaginar a catástrofe econômica e, mais grave ainda, educacional.
Primeiro questionamento que faço é com relação ao investimento à educação: qualquer pessoa pode se levantar agora do sofá e ir visitar algumas escolas públicas e selecionar alguns cadernos. Crianças de quinto, sexto anos, adolescentes de sétimo, oitavo ano escolar que mal sabem escrever. Não conseguem interpretar um texto, nunca leram um livro ou estudaram sobre os grandes poetas, escritores e/ou compositores. Não conseguem redigir um texto com pontuação nem mesmo coerência.
Professores desqualificados, estressados, que ganham pouco. São eles que ensinam. Famílias que mandam os filhos para escola porque não podem perder o beneficio do Bolsa família: não existe conscientização da importância da escola.
A escola, a informação são fatores indispensáveis para se construir um Brasil e um mundo melhor, e estamos privando nosso futuro disso. A falta de investimento na educação tem criado monstros embaixo das nossas camas, que irão nos abocanhar quando formos mais velhos por negligenciarmos e não acreditarmos que ele existe: o mal do sistema assistencialista. Tem aumentado os índices de “dificuldades de aprendizagem”. Tem sido frequente, pais e escola a relacionarem as dificuldades de escrita e leitura a problemas como dislexia, e não ao sistema defasado que está a educação. Pessoas se formam sem saber ao menos dissertar.
Vi na grade curricular de algumas faculdades conceituadas a disciplina “Português”, uma matéria que até a uns anos atrás era fundamental para entrar na graduação. Era obrigação saber antes mesmo de ir para o ensino médio.
Enquanto isso bilhões de reais são “doados” anualmente para bolsa família. E o Brasil e os brasileiros se sentem orgulhosos com esses números.
Estamos criando um parasita. Um vírus que, daqui uns vinte anos vai virar um câncer. Uma família com 5 filhos hoje que se beneficia, vão ser 5 famílias com 5 filhos em uma época não tão distante, sugando o dinheiro do país e usando de cotas em Universidades. Imagine um engenheiro, um médico, um advogado, um fisioterapeuta, um administrador com a base de estudo que temos oferecido? Não dê cotas. Disponibilize educação.
Por que não capacitar essas pessoas? Ao invés de “dar” uma terra, como fazem com os assentamentos de Sem Terra, mas ensinam a plantar, e “vendem” a terra? Sim! Vender. Não é ser mercenário, é ensinar a valorizar o que tem. Não precisa cobrar dinheiro, mas exigir que plante, que colha, assim ninguém morrerá de fome tendo umas sementes e um pouco de força de vontade. Ensine a plantar, a limpar, a jardinar, a escrever, a cozinhar. Dê emprego, e não esmola. A esmolinha da injustiça social.
Porque isso se torna uma injustiça. Injustiça com quem trabalha e não tem férias, não tem décimo terceiro, não tem benefício algum. Estes sim mereciam um auxilio do governo porque estão contribuindo para o país. E ainda assim os governantes afundam com a pátria. O país deveria incentivar o trabalho e não o comodismo, que é o que o programa bolsa família tem feito. Criando dependentes, como uma droga que vai corroendo o sistema, as pessoas, e o nosso futuro como um país desenvolvido.


Denise Lopes dos Santos

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Preciso parar com isso. Parar de espiar por debaixo das portas tentando descobrir um ruído por detrás do silêncio. Chega de procurar nas minhas gavetas aquelas histórias que li quando criança, a fim de acalentar as lembranças que eu mesma inventei. Existe uma hora na vida em que os pés precisam sentir o chão. A cabeça precisa parar de entender. O coração precisa realinhar o ritmo. Em certo momento, precisamos aceitar que não existe um segredo velado dentro de cofres lacrados. Percebi que tenho muito a fazer, muito a aprender e muito a desprezar. Aprendi que espiar por entre os dedos da minha mão é uma forma desleal de confundir o que eu posso ver, e saber. Minhas mãos servem para eu me cuidar, e não para eu me esconder e me enganar. Eu sei tudo o que há depois das paredes. Não preciso perder meu tempo tentando dissimular algo que eu nem preciso pra minha vida.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Trato



Combinamos que não íamos nos ver. Tornamos a apertar nossos botões de desliga amor. E ai você novamente se veste com suas roupas de indiferença e continua sua vida como se eu nunca tivesse existido.
Não existimos. De repente não existiu aquele dia em que andamos um ao lado do outro e nossas mãos se esbarraram, e nós fingimos que foi por acaso. Não existiu o dia em que você roubou minha presilha porque queria algo que te lembrasse o cheiro dos meus cabelos.
Nem quando você escondeu meu anel no seu bolso, afim de segurar algo que lembrasse meu toque, só pra saber se eu iria ficar mais um pouquinho do seu lado. Não existiu o dia em que, relutante, eu entrelacei meus dedos na sua mão, e você ficou rindo do meu receio de que um dia essas coisas não iriam existir mais.
Não.
Combinamos que nada disso existiu. Imagine! Foi só um caso, uma insanidade, um movimento impulsivo. Não houve retorno, nem procura. Foi uma historia como qualquer outra. Não sentimos saudades um do outro, só uma vontade passageira de lembrar como que era estarmos juntos.
Combinamos que você nunca me achou engraçada nem que eu morro de rir das suas manias. Nem que eu escrevi seu nome no Box embaçado dentro de um coração.
Estamos bem e felizes. Nós não andamos para trás, não vivemos passado, porque isso é atraso de vida. Sequer retardamos nossos passos porque isso nos faz cruzar de novo. E nós nem gostamos disso. Você jogou todos os meus presentes fora porque eu mandei, e você quis acreditar no que eu disse. É mais fácil ter um motivo para não existir.
Combinamos, no silêncio, que não existimos mais. Eu combinei que não ia me importar com sua inexistência. Você combinou que existem outras que me farão não existir para você.
Combinamos que vamos nos esbarrar pela rua como desconhecidos. Vamos continuar nos encostando pelo tempo, pelas memórias, sem um existir para o outro.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Silêncio de resignação

É... pouco a pouco as lembranças vão sendo destruídas, aniquiladas, sem prévio aviso. Aos poucos e de forma impetuosa, aquilo que nos era único, não é mais. Por algum motivo secreto e indecifrável eu precisava que tivéssemos algo só nosso, algo tão único que grudasse nossos corações para sempre, mesmo que longe. Mas o que era pra ser, não está sendo mais. Eu vejo tudo que sonhei um dia ser inumeras vezes pisoteado. Eu observo isso, inerte, porque eu não posso e nem devo fazer nada. Preciso deixar morrer. Preciso que a saudade, a fome, as lembranças vão embora. Preciso deixá-las ir. Mas é tão ruim. Ruim se desfazer daquilo que amamos, sem despedidas. Preciso resgatar aquilo que perdi porque dei. Preciso ir até o lixo e pegar de volta algo tão bom, tão limpo, tão simples, tão único e limpá-lo de novo. E guardar. Sinto uma dor calada neste momento. Sem lágrimas, sem queixas, uma dor acostumada. Uma dor acomodada. Uma dor que eu já previa que ia acontecer, mas mesmo assim ainda arde. Bem menos. Mas arde. Talvez não tão menos quanto deveria, ou quanto eu queria. Sinto uma saudade imensa, não de você, mas do que eu era antes disso tudo.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

“Sinta falta de quem sente falta de você”
Concordo plenamente com a frase acima.
Eu só não sei como aplicar.
Como aplicar?
Estou um tanto embriagada e, quando fico assim, me lembro de você com mais detalhes. E com mais afeição.
Consigo sentir sua falta de uma forma tão suave quanto o vinho tinto que tingiu levemente meus olhos.
É como se o torpor causado pelo álcool reavivasse os nossos momentos vívidos.
Você estava sentado no chão, de um  hotel qualquer, conversando coisas atoas e reprovando minhas falas esganiçadas em razão de umas doses a mais.
Mas eu gostava de rir disso.
Enquanto venho dirigindo, um tanto indiferente, penso em como não sentir sua falta. É errado sentir sua falta.
Você não pensa em mim.
Nunca pensou.
Meus olhos ainda conseguem sentir um ardor, que os tinge de vinho.
O mesmo que eu bebo. O mesmo que os reflete na taça ociosa.
Meus olhos se tingem de vinho, sim redundantemente, quando observo ao redor e sinto que você não está ao meu lado para reprovar minhas falas descompromissadas. Ou para rir das minhas tolices.
Sinto falta do nada que você é.
Dos defeitos que você é.
Do cara mais imbecil que você é.
É o vinho que entra pelas minhas artérias e faz meu coração bater metodicamente.
Rubro é o sangue que eu mato a sede e a sanidade.
“Sinta falta de quem sente falta de você”
Quem sente falta de você?
Uma taça de vinho francês pede sua presença.
Pra que ela se tinja de uma cor escarlate.
E que ao provar da minha boca. Você sinta o sabor amadeirado.
Inodoro.
Inócuo.
Fatídico.
Real.

sábado, 7 de abril de 2012

Queria que algo algo acontecesse, que me fizesse perder o rumo, a cabeça. Que me fizesse sentir aquele gosto de fome de desconhecido, sentir cheiro de loucura e de alegria imensurável. Porque essa monotonia, essa mesmice, esse acordar de manhã anestesiado e sem grandes palpitações e incertezas tem me deixado extremamente morta, com a impressão de que a vida acontece em outro lugar, bem fora de mim.

domingo, 1 de abril de 2012

Sentimentos dispensáveis

Eu só não queria me decepcionar com você. Mas eu observo os ponteiros do relógio, insistentes em me mostrar o tempo que passou. E que em cada segundo é gravado uma lembrança.
Não havia necessidade daquilo.
O silencio que cultivamos entre nós dois é desnecessário para quem gosta de ouvir canções empolgantes.
Você nunca gritou, fica em silêncio diante de minhas acusações.
Você não destrói o vermelho que brota de meus olhos.
Você o alimenta, me provando, a cada passo angustiante do relógio, que eu estou certa. E errada em não ouvir meu coração dizendo que você é o silêncio que eu não quero ouvir.
Só não queria te ligar enfurecida por você ter decepcionado alguém que queria contar as batidas dos ponteiros com você.
Que queria desenhar um relógio que marcassem as lembranças passadas, como se agendássemos nossa vida baseada nelas.
Não queria ter que odiar você ou ter justificativas para dizer que você é só uma lembrança ruim.
Não precisava ter pisoteado no respeito que criei e recriei. Destruído as ruínas que restaram do carinho que eu tinha.
Você pode amar quem quiser. Só não precisava dizer por atitudes inversas, que não me amava. Bastava não fazer nada.
Bastava deixar que o tempo apagasse você dos meus relógios. Das bússolas que me guiavam sempre onde seus pés deixavam marcas.
Não precisava fazer com que eu me decepcionasse com você ao ponto de ter que assumir que você foi completamente dispensável na minha vida.
Eu podia conviver com a lembrança respeitosa do seu relógio de pulso apitando a cada hora os planos que você deveria mudar de curso. E as pessoas que você deveria habilitar e desabilitar enquanto sua vida atribulada e fugidia não o deixa encarar alguns fatos.
Podíamos falar um “oi” seco, mas educado. Eu poderia dizer que você foi um namorado importante do passado.
Mas você arrancou os ponteiros. Você destruiu o percurso natural do tempo.
Tudo bem que você não se importe com o respeito que perdeu. Mas é ruim saber que eu não respeito alguém que eu amei um dia.
 Eu só não queria ter me decepcionado com você.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Amiúdes

Não me adaptei às mudanças. Não aceitei as derrotas de forma madura. Não me calei diante do que me feriu. Chorei quando não devia. Fingi manter o controle. Camuflei minha saudade. Reclamei igual criança. Sujei o meu joelho. Espremi o coração. Fui fria. Fui humana. Briguei comigo mesma. Destruí segredos.  Gritei para as paredes. Soquei meu travesseiro. Mandei embora quem eu queria que ficasse. Neguei abraço. Li o que não queria. Procurei mentiras. Encontrei o que temia. Sofri pela perda. Culpei-me pelo acaso. Pedi desculpas. Condenei. Agradeci. Joguei na cara. Absorvi críticas destrutivas. Criei expectativas. Fui flexível. Fui rígida. Fui ciumenta. Fui compreensiva demais. Dei vexame. Dei piti. Fiquei descontrolada. Gritei impropérios. Tropecei. Cai. Levantei. Chorei de rir.Esperei uma palavra de amor. Minha língua foi ácida. Meu coração é mole. Minha cabeça pensa, mas não controla. Odiei. Fui irresponsável. Não me preocupei. Fugi. Perdi a paciência. Fiquei desanimada. Bebi de mais. Perdi a esperança. Ganhei um presente. Olhei o vazio. Quis abraçar. Humilhei-me. Orgulhei-me. Fui orgulhosa. Fui egoísta. Intransigente. Simples. Compliquei. Escolhi errado. Preferi o dinheiro. Preferi alguém. Não quis nada. Dei presentes Quis morrer. Quis nascer de novo. Quis voltar. Vivi. Falsifiquei. Menti. Perdoei-me. Fui verdade.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Cama de casal

Sempre gostei de lugares onde cabem mais de uma pessoa. Onde cabem mais do que eu somente. Minha cama é espaçosa.
Quando me deito sei que existe um espaço largo. Dou-me muito bem com ele. Aprecio cada movimento solto e limpo meu. Sinto-me livre em mim mesma. Gosto de passar longos momentos em minha companhia. Mas, neste mesmo espaço cabe um alguém, cabe você. Você que não sei quem é. Um alegre desconhecido que eu costumo sonhar a noite.
Quando deito e viro a cabeça para trás. Dou de encontro com minha janela aberta e posso observar o céu enfestado de estrelas. E penso que conversamos sobre elas nesse momento. Sobre o que há depois delas. E que nós ficamos a ouvi-las por um tempo. Um do lado do outro.
E nesse mesmo movimento, que eu me vire, na minha cama espaçosa, para cobrir você. Você que não sei ao certo nem se existe. Você sim, que eu imagino fazer rir dos meus comentários idiotas antes de dormir. E que eu te acorde nesse espaço vazio com uma bandeja de café da manhã. E que ao tomar banho, eu escreva seu nome no vidro embaçado do box dentro de um coração, junto com o meu. Que eu me surpreenda um dia desses, me virando embaixo do chuveiro e vendo você me observar. E você vai sorrir. E eu vou sorrir de volta.
 Que a gente durma abraçado e demonstre a maior confiança que se pode oferecer ao outro: o sono. Que você me acorde pra gente fazer sexo. Sim. Sem hipocrisia. Sexo. Não o selvagem nem o acrobata. Mas aquele que só eu e você sabemos fazer juntos. Aquele sem exigência. Sem manual de instrução. Aquele profundo, envolvente, sincronizado.
E que depois, você me observe dormindo. Ou me acorde com um beijo, ou um cheiro no pescoço. Que eu massageie seus pés com creme Monange.
E depois ao sairmos, que minhas mãos encontrem as suas e a gente ande longos caminhos, sem rumo, tomando um sorvete e falando da vida alheia. Que a gente faça programa de índio. Que sentemos em um barzinho e conversemos sobre o dia, o trabalho, a preguiça. Que a gente conte uma piada pra não ficar tudo muito sério.
Que eu te espere voltar do futebol com o cabelo meio desgrenhado e o rosto com marcas do travesseiro, pra que você me conheça também quando não sou perfeita, que divida comigo também os outros jeitos que tenho.
 Que a gente brigue. Que a gente ligue com cara de pau depois. Que a gente jure nunca mais se ver e nos vermos daqui a dois dias . Daqui a duas horas. Que a gente cresça junto. Que você me chame a atenção quando eu fizer uma pergunta inconveniente. Que reclame do tamanho da minha mala. Que me compre um vestido florido na liquidação da Textil Abril porque achou que ficaria lindo em mim. Ou simplesmente me conte que se lembrou de mim quando viu. Que sinta minha falta em uma quarta-feira qualquer as 15:45. Que eu te mande poemas e músicas que evidenciem nós dois.
Que tire sarro da minha cara. Que use a minha toalha. Que me empreste uma camiseta sua. Que eu faça um brigadeiro pra você usando ela. Que você me abrace por trás nesse momento. E me faça rir muito com a sua barba mal feita roçando minhas costas. Que arrote depois da coca-cola. Que diga que tem orgulho de mim e que me admira. Que me faça cócegas. Que me morda. Que eu te aperte. Que joguemos video-game. Que vejamos um filme de terror pra eu me prender em suas pernas e esconder o rosto em seu peito.
Que tenha uma foto nossa dentro da carteira ou no visor do celular. Que eu seja amiga da sua irmã. Que você vire o ídolo da minha sobrinha. Que eu beba uma cerveja com seu pai. Que você jogue banco imobiliário com meus primos. Que conquiste sua mãe  lavando a louça e conversando sobre culinária, ou bolsa de valores. Que eu ria dos seus amigos. Que você seja amigo das minhas amigas. Que a gente se reúna na casa deles, ou na nossa e cante músicas dos anos 80, atormentando os vizinhos. Que você sinta ciúmes às vezes.
Mas, e se você não vir dividir esse espaço aqui do meu lado nas noites que chovem ou que trazem insetos que nos fazem xingar? E se você nem sequer existir?
O que eu faço? Com quem divido esse tantão de espaços e carinhos que transbordam das minhas mãos?

domingo, 29 de janeiro de 2012

Palavras Retóricas

É, tenho saudade sim. Acaba que sinto falta. Embora já tenha me acostumado com esses sentimentos tão retóricos, recuso-me a aceitá-los. Você disse pra mim o tamanho disso tudo. Mostrou a intensidade da coisa. E agora? Acaba em questão de dias? Já pensei em ligar, em mandar e-mail ou mensagem: "Ei, não joga fora não". Não pela terceira vez. Não deixe o "três já é demais" se tornar o lema agora. É tudo tão valioso (pra mim). Por que desconsiderar as coisas boas? Por que deixá-las de lado em prol das discussões? Deixe eu acreditar mais pouquinho, diga que estava com raiva, que eu te encho o saco, que te acuso, que te culpo, mas diga que entende, e que vai esperar eu me acostumar, igual você disse um dia? Diga que sou a mulher da sua vida, e que sou especial. Que sou um pedacinho seu e que você faz parte de mim. Que quer ficar é do meu lado. Porque eu sei, que vai passar um tempo, e você vai me ver um dia, e vai sentir minha falta. Vai querer me perguntar como estão as coisas, vai querer sair pra comer, rir de piadas inúteis, vai querer me abraçar porque no fundo você sabe que o meu abraço é maior, é gostoso, é sincero. Vai querer que eu esquente suas orelhas e acaricie suas costas. Porque ninguém te conhece melhor do que eu, ninguém sabe das suas maninas melhor do que eu. Não jogue fora a lingerie que você nunca viu com gosto de música da Janis Joplin. Não despreze os jantares que quero fazer pra você. Não passe seu aniversário longe de mim de novo: eu tenho um presente. Não vire o rosto pra música que eu vou dançar. Não negue sair com meus amigos loucos, não negue os churrascos na minha casa. Viva minhas alegrias comigo. São tantas, mas tantas que eu queria que você estivesse junto. Não se perca mais delas. Ria comigo mais vezes. Opine na minha vida pra eu poder falar "Sim, SENHOR!". Dê conselhos quando eu não peço. Brigue comigo. Perca a paciência. Volte rápido. Sinto feliz quando você está por perto, mesmo que eu me irrite com o seu jeito de ficar sem tempo. Diga uma vez mais que to errada quando te acuso de seu sentimento não ser recíproco, é só isso que mulheres gostam de ouvir quando fazem drama: "Você é doida, é claro que eu gosto". Pelo menos uma vez mais. Porque quando grito esses impropérios, são só justificativas pra ouvir de você que não é verdade. Não deixe eu acreditar nas minhas palavras tortas. Não deixe o silêncio tomar conta de novo. Não deixe que fiquemos mais anos separados para depois querermos reiniciar tudo de novo, e vermos que três já é de mais. Não deixe que passe dias e eu tenha que dizer "não" de verdade. Não deixe que eu te esqueça, ou que eu não me lembre mais. Não! Deixe que o tempo conduza, mesmo que a gente brigue, porque a gente sabe que são brigas banais. Peça pra que eu não demore a ir te ver. Choramingue que to sendo cruel nas palavras. Mas não me peça pra aceitar, depois de tudo, que simplesmente "não dá certo". Movemos muitas coisas importantes, pesadas, grandes pra fazermos isso ser bonito dessa vez. E Vai ser. Como você disse, calmamente com o tempo. Não acabe com tudo, só porque brigamos durante essa semana. A gente nem briga exatamente. Não jogue o esforço que fiz pela janela, porque não quero jogar o seu. Não mate meu sentimento. Entenda-me mais uma vez, como eu sempre entendo você. E te aceito do jeito que é. E te desculpo. E abro meus braços. Desculpe-me quando eu errar. Abra seus braços pra essa menina boba que tenta se defender falando asneiras. Deixe eu ser a mulher da sua vida de verdade. Eu ainda quero tentar sim. Tentar até a ultima gota. Tentar até tudo acabar por si só. Ainda quero ver você brigar comigo, ainda quero que a gente sente e discuta a relação direito. Quero que a gente faça direito. Que o que sentimos seja forte o suficiente pra poder rir disso depois "como eramos difíceis, em". Ainda dá tempo, o "três já é de mais" ainda não chegou. Não é que não deu certo: isso é o começo, é  o que temos que fazer. Porque quando superarmos isso, tudo vai ficar mais forte.Temos o que precisamos pra ficarmos longos tempos juntos: gostar um do outro. Bom, eu gosto. Mas sou mulher e gosto de demonstrar, de agradar, de arrancar sorrisos, de ser intensa, insana, insensata.. Faço isso com a maior naturalidade do mundo, pra quem for especial pra mim. Isso tudo só não valerá nada se da sua parte for vazio. Só não queria que você ficasse longe de mim, porque me esquecer meu caro, você não vai.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Por que valorizamos só aquilo que não temos?
Por que depois que conquistamos a vitória se torna indiferente?
Primeiro aprenda a querer o que tem, para depois ter o que quer.
E quando vc não pode sentir saudade?
E nem pode reclamar?
Onde fica a porta de saída pro esquecimento?
Como é difícil conquistar o coração de alguém!
Como é bom ser amado de volta!
Como é fácil não percebermos isso!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Você tem medo de se apaixonar

"Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus aguentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar, mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada."
(Fabrício Carpinejar)
O que  a gente deveria fazer quando nos deixam à sombra de nossos travesseiros?
Quando o carinho se transforma em indiferença.
Quando as palavras viram desdém e deboche?
Até quando bloqueamos a hostilidade que o mundo nos ensinou a ter?
Até quando cometeremos os mesmos erros, sabendo que magoamos alguém com eles?
E nos arrependemos... E pedimos desculpas... e cometemos de novo?
Até quando precisaremos percorrer caminhos árduos pra conseguir aquilo que não deveria demandar sofrimento?
O que fazer com os pensamentos que vagam sozinhos, e não acham seu par?
O que se faz com a importância que damos à alguém que jamais vai se importar?
Até que ponto temos que manter os braços abertos?
Qual a hora certa de fechar?
Devemos abandonar quem amamos? Ser hostis também? Vagos? Vazios? Indiferentes?
O que fazer quando as palavras são maiores que as atitudes? E quando as palavras também somem?
O que fazer com a saudade de quem se foi, mas ainda está aqui?
Eu não sei...
Realmente não sei o que fazer...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

"Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de calma, a vida não para."

Preciso controlar minha ansiedade. Essa vontade louca de que as coisas aconteçam na velocidade da luz. Essa urticária de que se recupere o tempo perdido. Essa mania inquieta de querer dar continuidade no passado, como se ele não tivesse sido cessado. Preciso urgentemente entender o tempo das coisas, aprender a sentar e esperar. Aprender a respirar com o peito. Como já dizia Renato: "Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo." A frase se aplica. Tenho todo o tempo do mundo.

"Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara..."

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

E parece que o tempo vai passando e a gente aprende a se acostumar. Acostumamo-nos com a ausência e a não sentir saudade. Acostumamos-nos a não ouvir, e a não pedir. Acostumamos com o “deixa pra lá” e o “é assim mesmo”. Acomodamos na inércia. Aceitamos o ócio. E enquanto o tempo passa, não vemos o que deixamos de fazer, e as oportunidades se perdem. O dia se perde. O sonho se perde. A vontade, o brilho e a empolgação se vão. Tudo porque nos acomodamos com o que é mais fácil, por demandar menos, não doer nada e não causar revoluções.