"Sexo verbal não faz meu estilo, palavras são erros e os erros são seus... Não quero lembrar que eu erro também."
Renato Russo
"As palavras surgiram num sonho e eu as escrevi quando acordei, sem saber ao certo o que significavam ou a quem se aplicavam"
Neil Gaiman

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

" E na esquina se mata a beber, pra esquecer"

É...
Eu já tentei usar a bebida pra ver se eu te afogava nela...
Mas eu a derramei inteira nos meus travesseiros...
Eu já tentei vender as poucas lembranças que você me deu...
Mas eu pago mais caro pra comprá-las de volta...
Já tentei te esconder atrás do meu sorriso falso
Mas você aparece dentro dos meus olhos...
Já tentei te silenciar ouvindo musicas altas...
Mas a sua voz sussurra aqui dentro...
Já tentei de cortar nas cordas do meu violão...
Mas você insiste em aparecer nas notas que eu toco...
Não adianta...
E eu me pergunto: até quando vai esse sentimento idiota, desleal e sem cabimento?
Até quando as bebidas, o dinheiro, as simulações e esse som ensurdecedor vão me me fazer companhia pra ver se você some dentro deles?
Pra ver se vc dissolve.
Pre ver se vc é trocado em uma venda qualquer.
Pra ver se vc se quebra todo com o som do meu barulho?
Em?
Você não sabe, nem saberá nunca a cor dos meus olhos hoje...
Diga-me qual o remédio!
Tenho medo.
Medo de que você tenha se tornado tanto parte de mim...
Que eu tenha que me matar...
Pra ver se me livro de você...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Estou aqui lendo uns textos a respeito de amores e todas essas coisas. Tentei escrever algo que definisse metodicamente o que eu sinto. Mas eu me percebo um tanto bagunçada. Minhas idéias estão espalhadas. Na verdade, eu nem tive idéias. Descobri que eu não queria escrever. Fiquei buscando ler alguma coisa que conseguisse amenizar meu coração cheio de esfolas. Li várias. Várias e várias linhas poéticas. Todas estavam contidas em cada uma das lágrimas que eu não choro mais.  Queria que as minhas companheiras íntimas do papel me dissessem alguma coisa que me fizesse alegrar. Aquela alegria característica que eu tinha quando andava a pé com minhas amigas tomando sorvete. Ou quando sentávamos no banco da pracinha e ríamos como crianças. Aquele riso de dentro. Mas eu continuei lendo, e nada daquele ventinho quente e tranquilizador. Continuei sentada, de frente ao meu computador, sentindo a mesma coisa. Sentindo esse bicho que adormece de quando em quando, mas acorda com uma fome voraz quando ouço a voz de alguém nos meus ouvidos. Devo admitir que tenho sido muito fraca e tenho tido pensamentos retrógrados. Devo admitir que tenho me afundando num balde de lembranças sujas. Que continuo buscando alguma coisa que não sei o que é, quando espio fotos e vidas. Eu devo admitir que comecei a ter preguiça de tentar ser melhor, porque descobri que não faz muita diferença quem eu sou. Devo admitir que tenho tentado enfiar namorados pela minha goela abaixo pra provar pra mim mesma que está tudo bem, que eu sou forte e muto bem resolvida. Que sou feliz a moda que o mundo exige. Devo admitir que tenho bebido de mais pra poder dormir sem ter que pensar.  Que tenho agarrado meu travesseiro e berrado igual criança. Que tenho pedido aos céus pra eu poder sumir de vez desse mundo.  Implorado que eu tenha uma amnésia pra poder esquecer certas coisas. Devo admitir que tenho gritado aos quatro cantos que sou mais feliz sozinha. Mentira. Das mais descabidas. O que eu tenho é medo. Um medo terrível e infantil de ter que observar alguém que eu amo ir embora, porque tudo o que sou, o melhor que posso tentar ser, o mais bonito que  quero dar, no fundo, pode não servir de nada.