"Sexo verbal não faz meu estilo, palavras são erros e os erros são seus... Não quero lembrar que eu erro também."
Renato Russo
"As palavras surgiram num sonho e eu as escrevi quando acordei, sem saber ao certo o que significavam ou a quem se aplicavam"
Neil Gaiman

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

"O olhar é a morada do homem" já dizia Juvenal Arduini.


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Olhe nos meus olhos e saberá se está neles...

                              Olhe com respeito...

                                               Olhe com firmeza....

                                                          Olhe com sinceridade....

Se se perder estará ACOLHIDO...

                                                 Se encontrar-se SEMPRE terá o

caminho...

Saiba olhar...

O olhar pode
 esquentar
pode amar
pode acolher,
pode abraçar

pode aliviar...

E um olhar também pode machucar..
                                                      pode matar...
                                                                     pode destruir...
Quem olha  com alegria...

                             terá sempre a FELICIDADE nos olhos dos OUTROS...

                                                                                                 Quem olha o outro com desprezo,

                                                    será INVISIVEL aos olhos ALHEIOS..
Quem mata com o olhar...

É uma SUICIDA pois ve nos olhos do outro

a morte 
de
 SI 

 MESMO...

O olhar, 
Nada mais é


do que 


                                  um ESPELHO


que reflete no

                                    outro 

aquilo que somos



POR DENTRO.






terça-feira, 30 de agosto de 2011

Não sei metades


Não sei metades.
Não sei viver pela metade. Não sei amar pela metade. Não sei rir pela metade. Conservo minha clareza de criança. Cultivo meus poucos amigos.
Não me envolvo pela metade. Não blasfemo palavras de amor. Não invento carinhos que não existem. Não me importo com o tempo que se vive. Importo-me com as pessoas com quem vivo. Danem-se as regras. Quero o mundo e limito-me ao espaço do outro. Eu posso tudo a minha volta. E sei que por isso mesmo, os outros também podem esse é o ponto. Dali eu não passo porque não quero que ninguém ultrapasse o meu.
Não sei sonhar pela metade. Meus sonhos são infinitos até o dia em que eu quiser.
Não sei contar segredos pela metade. Eu sou inteira, e inteira serei para todos.
Não sei chorar pela metade. Quero sofrer até o mundo acabar. Para que se esgote, e que, em fim, eu possa recomeçar limpa.
Não sei sorrir pela metade. Dou o sorriso mais fundo que tiver. Ou não darei falsos sorrisos.
Não sei falar meias verdades. Não sei lutar por coisas ou pessoas que não sei se amo, pois sou responsável pelo que consigo, sejam empregos ou pessoas. E elas acreditam no que faço, se demonstro isso.
Não sei ser pela metade. Sempre magoaremos quem amamos, e sempre seremos magoados por quem amamos. Serei eu, e infelizmente cometerei erros, mas que os outros não sejam vistos por mim como uma tentativa, mas como seres humanos nos quais eu interfiro na vida e que interferem na minha.
Não sei mentir pela metade. Não sei usar pessoas como teste de “dar certo”, se a outra pessoa não souber disso e concordar.
Não sei me envolver pela metade. Ou se entrega ou não se entrega. Se não me entrego, não manipulo para que se entreguem a mim. Sentimentos tratados com displicência dão sensação de perda terrível.
Respeito meus sentimentos de tal forma que respeito o sentimento dos outros. Não vale a pena sempre dar sem receber.
Prefiro a solidão à machucar alguém por orgulho, irresponsabilidade, inconstância ou egoísmo. Por isso, não amo pela metade. Sou inteira para cada um, porque metades não se reconstroem, apenas continuam na infinita vontade de serem inteiras. Ruínas se limpam, e renascem, sempre.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dedico a quem quiser ler

Um dia alguém inventou que queria escrever. Sempre tem alguém que gosta de inventar. E para se escrever precisava de se escrever sobre alguma coisa. Escreveram sobre números e sobre até mesmo como se escrever. Até que um dia alguém resolveu escrever sobre as historias que contavam. Historias que alguém, por sua vez, inventou. Historias sobre qualquer coisa. Ai, certa vez, alguém resolveu escrever sobre alguém, e como ele mesmo também era alguém, resolveu escrever sobre ele também.
Um dia esgotaram-se os “alguéns” para se escrever. E resolveram novamente inventar pessoas para se escrever sobre elas. Mas, inevitavelmente, essas pessoas inventadas levavam um pedaço de quem já existia, nem que fosse o nome ou um sorriso qualquer. Afinal, cada pessoa tem um pouco de alguém inventado, e tudo que é inventado leva um pedaço do seu inventor. A gente se inventa. Temos um pedaço do que inventamos.
Então, como é fatídico falar de mim e não estou animada a bisbilhotar a vida alheia para falar de alguém, resolvi inventar alguém. Que provavelmente deve ter um pedaço de mim e de mais um punhado de gente que nem sei quem é.