"Sexo verbal não faz meu estilo, palavras são erros e os erros são seus... Não quero lembrar que eu erro também."
Renato Russo
"As palavras surgiram num sonho e eu as escrevi quando acordei, sem saber ao certo o que significavam ou a quem se aplicavam"
Neil Gaiman

domingo, 4 de setembro de 2011

E em uma tarde qualquer, daquelas quentes de domingo, a gente se pega a pensar no que terá sido feito de todas as outras coisas. Todas aquelas coisas que a gente sonhou um dia, que a gente viveu um dia...
Terá sido apagada assim como o vento apaga as historias na areia...
Terá sido esmigalhada assim como se tritura o trigo...
Terá sido jogada simplesmente no lixo, para amanha ir parar em um lugar onde não sabemos onde é...
Todas aquelas pequenas coisas, construídas... Dia a dia... Aqueles detalhes... Mínimos sonhos, mínimos risos, mínimas brincadeiras... que não foram vividas de um dia para o outro, mas foram adubos longos e pacientes...
O que terá sido feito de todas as outras coisas que não se acabam com o tempo, que não se jogam no lixo, nem se apagam da memória... Ou será que se apagam?
O que terá sido feito daquilo que nunca foi vivido?O que teria sido feito? Dos discos, dos pratos, do papel... O que terá sido feito do chão da casa que desmorona? O que terá sido feito do tronco da árvore que morre... O que terá sido feito da imperfeição do que foi perfeito um dia? O que terá sido feito da gente mesmo no passado? O que terá sido feito da gente mesmo amanha?
O que terá sido feito das lembranças, das coisas que mudaram de trajeto...O que terá sido feito daquilo que não podemos mais fazer... o que terá sido feito das trilhas que percorremos, e das pegadas que deixamos...
O que terá sido feito das coisas que não lembramos mais
O que terá sido feito de todas as outras coisas, que não somos mais....



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