Eu tive que reiniciar todo aquele processo: excluir você dos
meus sites de relacionamentos. Apagar seu nome da minha agenda do celular e as
mensagens que me mandou.
Há algum tempo venho tentando sumir com o CD que você me deu
e aquela maldita dedicatória do livro. Mas tem sido difícil.
Difícil porque você se desfaz de mim e de nossas lembranças
de uma forma muito fácil. Você chama alguém de “amor” de um jeito tão simples,
que eu já estou começando a pensar que eu sou a errada nessa história toda.
Não sou hipócrita: queria que você pagasse por tudo que me
fez. Pagasse com juros cada sorriso meu que se apagou no tempo. Queria
realmente que você se arrependesse e que viesse me pedir desculpas de joelhos.
Só pra eu dizer que não te perdoo. Mesmo que por dentro eu tenha uma vontade
gigante de te abraçar e te trazer de volta pra minha vida.
Mas o mundo não tem lei. Vou assumir: te ver feliz assim,
sem mim, dói. Porque eu queria estar ai. Porque eu queria que você também
sentisse minha falta.
Ensina-me? Ensina-me a amar os outros com prazo de validade
e com condições meteorológicas? Ensina-me a habilitar e a desabilitar as
pessoas quando me der na telha? Dê-me uma lista de verbos de carinho que eu
possa sair por ai recitando pra qualquer um e não ter que me responsabilizar
por isso. Ensina-me a ser assim? Igualzinha a você? Diga-me onde foi que você
trocou seu coração por um pedaço de rocha? Eu vou lá: dou o meu e ainda
pago o que for preciso pra eu ter uma pedrinha aqui no peito também.
Porque no fim das contas eu estou cansada sabia? Cansada de te cortar das fotos, mas
ficar caçando um pedaço do seu braço nelas. Cansada de salvar nossas conversas
nos meus back ups e excluí-las do meu computador, tentando me enganar de que eu
te anulei de tudo. Cansada de deitar no travesseiro e imaginar seu abraço ali.
E me dar conta, 5 segundos depois, que é só um delírio.
Você nem me perguntou nada, mas estou desabafando em
silêncio pra você! Mesmo que você nunca saiba disso. E eu sei que nunca vai
saber, embora o meu coração-não-de-pedra, no fundo queria que você lesse. Mas
eu sei também que você não ia sentir porra nenhuma, não ia se importar. Acho
que até ia rir e contar pra sua nova namorada: minha ex me mandou isso (sinta ciúmes
e veja como eu sou amado! Massageie meu ego).
Acho que eu te amo. Emburrecidamente. Tenho a impressão de
que eu sou uma aberração que nasceu com dois corações: um no peito e outro na
cabeça.
Cara, a gente era amigo. Na verdade acho que amo nossas
lembranças, sabe? Eu não amo você mais: amo as memórias que eu tenho de você!
Do meu amigo, de olhar sincero e cretino. Que eu fazia rir: era tão suave te
ver rindo. Só que acho que você nunca se importou com o meu sorriso.
É tão estranho. Você ai, tão longe... Amando, amando...
Queria saber o que se passa ai nessa sua cabeça cheia de pelos. Queria saber em
que momentos eu perpasso por ela (ou perpassei) e o que era afinal.
Meus dedos já reclamam desse enxame de textos que eu escrevo pra você, ou
de você. Mas agora, é onde posso desabafar. Eu estou tão confusa, que nem sei o
que eu quero da vida, não entendo sequer a porra que eu to sentindo. A única coisa
que eu sei é que eu realmente não queria ter te conhecido. Ou queria que você
fosse diferente. Tem dias que eu até me engano tentando justificar “psicologicamente”
seu comportamento. Mas eu esto cansada de saber quem você é. Mas ainda sim,
continuo esperando algo de melhor de você. Incansavelmente. Ainda acredito que
exista algo bom ai dentro. Que exista eu ai dentro. Sei lá. Ou talvez seja só o meu amor emburrecido.
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