"Sexo verbal não faz meu estilo, palavras são erros e os erros são seus... Não quero lembrar que eu erro também."
Renato Russo
"As palavras surgiram num sonho e eu as escrevi quando acordei, sem saber ao certo o que significavam ou a quem se aplicavam"
Neil Gaiman

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Silêncio de resignação

É... pouco a pouco as lembranças vão sendo destruídas, aniquiladas, sem prévio aviso. Aos poucos e de forma impetuosa, aquilo que nos era único, não é mais. Por algum motivo secreto e indecifrável eu precisava que tivéssemos algo só nosso, algo tão único que grudasse nossos corações para sempre, mesmo que longe. Mas o que era pra ser, não está sendo mais. Eu vejo tudo que sonhei um dia ser inumeras vezes pisoteado. Eu observo isso, inerte, porque eu não posso e nem devo fazer nada. Preciso deixar morrer. Preciso que a saudade, a fome, as lembranças vão embora. Preciso deixá-las ir. Mas é tão ruim. Ruim se desfazer daquilo que amamos, sem despedidas. Preciso resgatar aquilo que perdi porque dei. Preciso ir até o lixo e pegar de volta algo tão bom, tão limpo, tão simples, tão único e limpá-lo de novo. E guardar. Sinto uma dor calada neste momento. Sem lágrimas, sem queixas, uma dor acostumada. Uma dor acomodada. Uma dor que eu já previa que ia acontecer, mas mesmo assim ainda arde. Bem menos. Mas arde. Talvez não tão menos quanto deveria, ou quanto eu queria. Sinto uma saudade imensa, não de você, mas do que eu era antes disso tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário