"Sexo verbal não faz meu estilo, palavras são erros e os erros são seus... Não quero lembrar que eu erro também."
Renato Russo
"As palavras surgiram num sonho e eu as escrevi quando acordei, sem saber ao certo o que significavam ou a quem se aplicavam"
Neil Gaiman

quinta-feira, 12 de abril de 2012

“Sinta falta de quem sente falta de você”
Concordo plenamente com a frase acima.
Eu só não sei como aplicar.
Como aplicar?
Estou um tanto embriagada e, quando fico assim, me lembro de você com mais detalhes. E com mais afeição.
Consigo sentir sua falta de uma forma tão suave quanto o vinho tinto que tingiu levemente meus olhos.
É como se o torpor causado pelo álcool reavivasse os nossos momentos vívidos.
Você estava sentado no chão, de um  hotel qualquer, conversando coisas atoas e reprovando minhas falas esganiçadas em razão de umas doses a mais.
Mas eu gostava de rir disso.
Enquanto venho dirigindo, um tanto indiferente, penso em como não sentir sua falta. É errado sentir sua falta.
Você não pensa em mim.
Nunca pensou.
Meus olhos ainda conseguem sentir um ardor, que os tinge de vinho.
O mesmo que eu bebo. O mesmo que os reflete na taça ociosa.
Meus olhos se tingem de vinho, sim redundantemente, quando observo ao redor e sinto que você não está ao meu lado para reprovar minhas falas descompromissadas. Ou para rir das minhas tolices.
Sinto falta do nada que você é.
Dos defeitos que você é.
Do cara mais imbecil que você é.
É o vinho que entra pelas minhas artérias e faz meu coração bater metodicamente.
Rubro é o sangue que eu mato a sede e a sanidade.
“Sinta falta de quem sente falta de você”
Quem sente falta de você?
Uma taça de vinho francês pede sua presença.
Pra que ela se tinja de uma cor escarlate.
E que ao provar da minha boca. Você sinta o sabor amadeirado.
Inodoro.
Inócuo.
Fatídico.
Real.

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