Tudo
começou com um beijo de baixo de chuva. Foi naquele dia, que eu pude ver seus
olhos mais de perto. Tão castanhos, tão rasos. Foi bem nesse dia que eu grudei
meus braços no seu peito e ouvi seu coração. Só não sabia que ia ser tão
difícil de descolá-los de novo. Eu achei que nunca ia te amar por causa desse
seu jeito arrogante e cheio de certezas. Na verdade, eu tinha medo de te amar
por, no fundo, saber que eu não sou o tipo de mulher que você ama. Eu tinha
muito medo de sentir saudades suas. Aquela saudade meio vazia, meio sozinha.
Mas você me olhou de volta. E eu me perdi ali dentro. Eu me esqueci do perigo.
Eu montei um sonho. Ai um dia você foi embora. Você cortou nossos fios. Você se
esqueceu da gente. E eu fiquei ali, com meus sonhos ressecados, rachados. E
quando eu acreditei, que não havia volta. Você me ligou, em uma tarde qualquer.
Você olhou de novo.
Eu já não sei mais o
que fazer. Eu já tentei me mudar de cidade. Já beijei milhões de caras. Já
tentei acreditar que estava apaixonada por outro. Já tentei me reapaixonar por
um ex. Já tentei me sentir melhor sozinha. Mas, sem querer, como se fosse já
automático, ou inerente, eu te espero voltar. Mesmo repetindo no espelho
que você, dessa vez, conseguiu alguém que é melhor que eu.
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