"Sexo verbal não faz meu estilo, palavras são erros e os erros são seus... Não quero lembrar que eu erro também."
Renato Russo
"As palavras surgiram num sonho e eu as escrevi quando acordei, sem saber ao certo o que significavam ou a quem se aplicavam"
Neil Gaiman

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Percebi que eu nunca mereci essas declarações de amor que você costuma postar para suas namoradas. Nunca mereci uma insanidade sua, nem um gesto tresloucado. Você sempre me deu o silêncio. O Vazio. O desdém. O escondido. O segredo. Continuo nessa mania louca de tentar entender o porquê de você sempre me negar isso. Dia após dia, infernizo meu coração com suposições que justifiquem o seu desprezo. Nenhuma delas, afinal, é verídica. Nego constantemente assumir que eu jamais serei para você algo melhor do que o que você imagina que sou. Arde. É um inferno o que tenho feito comigo. Não importa quantas vezes eu, relutante, tente voltar meus passos e recomeçar onde paramos, ou o que nem ao menos conseguimos terminar. É inútil. Posso voltar 75 vezes para sua vida, que você vai continuar me amando do mesmo jeito que me amou da primeira vez: não amou. Nunca permitiu que seu coração feito de lâminas me amasse. Nunca deu a chance, em todos esses anos, por todas essas vezes, de sentir suavemente o que de melhor eu tinha para te oferecer. Você nunca se importou em ter o que eu sentia. Simplesmente não tem valor nenhum pra você, tudo o que eu te dei. Você não tem culpa por isso. A responsabilidade é minha por querer dar algo para alguém que não se interessava em receber. É muito estranho o que tenho sentido depois disso tudo. Enlouquecidamente estranho. Eu fiquei estranha. Eu não me reconheço mais. Onde foi, em que momento dessa história ridícula, eu me esqueci?

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