Cada dia que passa vejo o quanto o Brasil (mesmo sendo a
terra que eu amo) é completamente uma piada. Agora a onda da vez no Lugar que
vai sediar a Copa é o tal “rolezinho”. Que, na minha opinião, não é um assunto
tão superficial quanto se tem tratado. Concordo que o país tem problemas muito
maiores do que ficar vigiando garotos ditos “pobres” que ficam subindo escadas
rolantes ao inverso e cantando funk paulista, incomodando as classes ditas “ricas”.
A questão é toda uma relação com duas matérias que eu li. Na primeira delas, é
sobre uma crítica e uma comparação aos valores praticados aqui (Brasil) e nos
EUA. Não vou delongar porque acho que cada brasileiro que vai ler o que escrevo
sabe que os carros, os celulares, os impostos, as contas de água e energia, o
petróleo, são de valores surreais, muito além do que os EUA pagam. Certo. Mas
por que eu estou falando justamente dos EUA? Porque todo mundo sabe que eles
são os donos da maioria das marcas introduzidas no Brasil, as ditas marcas de “ricos”.
E o que isso
tem a ver com o “rolezinho”? Bom, lendo as inúmeras reportagens sobre o assunto,
vi em uma delas a seguinte descrição:
‘Ontem à tarde, na
porta de uma loja de tênis do shopping, um adolescente de 17 anos, usando boné
Quiksilver de R$ 150, cobiçava na vitrine o Mizuno Wave Prophecy 3, de R$
1.000. "Não, eu não aceito comprar um falso, pirata", garantiu.
Trabalhador em um lava-rápido,
ele ganha R$ 750 por mês, mas não se assusta com o preço. Faz parte da
ostentação. Dois seguranças em seus rádios informavam toda a movimentação do
rapaz.’
Então,
diante de todas essas colocações, eu me pergunto: O que está acontecendo com as
nossas raízes? Por que é tão importante pra esse garoto comprar uma marca que
vai muito além de seu salário? O que ele irá agregar com isso? Fazer parte
daquele grupo? Não, ele não quer ser um “boy”.
Fico
assustada em saber que, quanto mais o tempo passa, pior fica a cabeça dos
nossos jovens, que usam uma música tão impactante para fins tão supérfluos.
Preocupados em provar para a sociedade que são tão materialistas quanto eles. A
classe que deveria ser a mais oposta a esse consumismo vil e injusto é a que
mais têm o admirado pelas vitrines, tentando inseri-lo em suas vidas, em sua
cultura. As pessoas da periferia que eu julgava serem as que se lambuzavam com
as características do pais, estão se tornando um boneco de marionete nas mãos
da ilusória vitória que é a sensação de poder ser aquilo que eles mesmos negam
nas letras das musicas que cantam.