"Sexo verbal não faz meu estilo, palavras são erros e os erros são seus... Não quero lembrar que eu erro também."
Renato Russo
"As palavras surgiram num sonho e eu as escrevi quando acordei, sem saber ao certo o que significavam ou a quem se aplicavam"
Neil Gaiman

terça-feira, 3 de julho de 2012

O parasita do sistema assistencialista

Atualmente, é muito comum ouvirmos a respeito da defasagem da educação, de crianças e adolescentes que já passaram da fase de alfabetização e, ainda assim, cometem erros ortográficos gigantescos. Grande parte disso é aplicado a internet – o grande mal da ortografia.
Outro problema comum o qual o Brasil tem se deparado é a desqualificação da mão de obra. Desemprego. Fome.
O governo Federal lançou o Programa Bolsa Família em outubro de 2003. Uma ação um tanto suicida, não para o governo, mas para o crescimento social e intelectual do Brasil.
Segundo o site do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) os valores dos benefícios pagos pelo Bolsa Família variam de R$ 32 a R$ 306, de acordo com a renda mensal da família por pessoa, com o número de crianças e adolescentes de até 17 anos e número de gestantes e nutrizes componentes da família. Com o Brasil Carinhoso, projeto instituído pelo Governo Dilma Rousseff, esse valor pode chegar a uma quantia de 472,00. Segundo o site O globo, em 2011 o PBF teve um aumento no seu orçamento anual em mais de R$ 728 milhões.  Para 2012 foi previsto um gasto de R$ 19,3 bilhões.
Ainda segundo o site do MDS
“O Programa tem quatro tipos de benefícios: o básico, o variável, o variável vinculado ao adolescente e o variável de caráter extraordinário.
O Benefício Básico, de R$ 70, é pago às famílias consideradas extremamente pobres, com renda mensal de até R$ 70 por pessoa, mesmo que elas não tenham crianças, adolescentes ou jovens.
O Benefício Variável, de R$ 32, é pago às famílias pobres, com renda mensal de até R$ 140 por pessoa, desde que tenham crianças e adolescentes de até 15 anos, gestantes e/ou nutrizes. Cada família pode receber até cinco benefícios variáveis, ou seja, até R$ 160.
O Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ), de R$ 38, é pago a todas as famílias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos frequentando a escola. Cada família pode receber até dois benefícios variáveis vinculados ao adolescente, ou seja, até R$ 76.
O Benefício Variável de Caráter Extraordinário (BVCE) é pago às famílias nos casos em que a migração dos Programas Auxílio-Gás, Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Cartão Alimentação para o Bolsa Família cause perdas financeiras. O valor do benefício varia de caso a caso.”
Infelizmente, a população brasileira, em sua maioria, acredita que é uma ação válida para diminuir os índices de miséria e elevar o Brasil a uma posição mais “bem vista” com relação aos outros países.
Entretanto, se pararmos para pensar na repercussão disso para daqui uns anos, não é difícil imaginar a catástrofe econômica e, mais grave ainda, educacional.
Primeiro questionamento que faço é com relação ao investimento à educação: qualquer pessoa pode se levantar agora do sofá e ir visitar algumas escolas públicas e selecionar alguns cadernos. Crianças de quinto, sexto anos, adolescentes de sétimo, oitavo ano escolar que mal sabem escrever. Não conseguem interpretar um texto, nunca leram um livro ou estudaram sobre os grandes poetas, escritores e/ou compositores. Não conseguem redigir um texto com pontuação nem mesmo coerência.
Professores desqualificados, estressados, que ganham pouco. São eles que ensinam. Famílias que mandam os filhos para escola porque não podem perder o beneficio do Bolsa família: não existe conscientização da importância da escola.
A escola, a informação são fatores indispensáveis para se construir um Brasil e um mundo melhor, e estamos privando nosso futuro disso. A falta de investimento na educação tem criado monstros embaixo das nossas camas, que irão nos abocanhar quando formos mais velhos por negligenciarmos e não acreditarmos que ele existe: o mal do sistema assistencialista. Tem aumentado os índices de “dificuldades de aprendizagem”. Tem sido frequente, pais e escola a relacionarem as dificuldades de escrita e leitura a problemas como dislexia, e não ao sistema defasado que está a educação. Pessoas se formam sem saber ao menos dissertar.
Vi na grade curricular de algumas faculdades conceituadas a disciplina “Português”, uma matéria que até a uns anos atrás era fundamental para entrar na graduação. Era obrigação saber antes mesmo de ir para o ensino médio.
Enquanto isso bilhões de reais são “doados” anualmente para bolsa família. E o Brasil e os brasileiros se sentem orgulhosos com esses números.
Estamos criando um parasita. Um vírus que, daqui uns vinte anos vai virar um câncer. Uma família com 5 filhos hoje que se beneficia, vão ser 5 famílias com 5 filhos em uma época não tão distante, sugando o dinheiro do país e usando de cotas em Universidades. Imagine um engenheiro, um médico, um advogado, um fisioterapeuta, um administrador com a base de estudo que temos oferecido? Não dê cotas. Disponibilize educação.
Por que não capacitar essas pessoas? Ao invés de “dar” uma terra, como fazem com os assentamentos de Sem Terra, mas ensinam a plantar, e “vendem” a terra? Sim! Vender. Não é ser mercenário, é ensinar a valorizar o que tem. Não precisa cobrar dinheiro, mas exigir que plante, que colha, assim ninguém morrerá de fome tendo umas sementes e um pouco de força de vontade. Ensine a plantar, a limpar, a jardinar, a escrever, a cozinhar. Dê emprego, e não esmola. A esmolinha da injustiça social.
Porque isso se torna uma injustiça. Injustiça com quem trabalha e não tem férias, não tem décimo terceiro, não tem benefício algum. Estes sim mereciam um auxilio do governo porque estão contribuindo para o país. E ainda assim os governantes afundam com a pátria. O país deveria incentivar o trabalho e não o comodismo, que é o que o programa bolsa família tem feito. Criando dependentes, como uma droga que vai corroendo o sistema, as pessoas, e o nosso futuro como um país desenvolvido.


Denise Lopes dos Santos

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